O consumo da população de Fortaleza deverá atingir R$ 42 bilhões em 2014, valor que coloca a cidade na oitava posição no ranking nacional. O total representa 1,28% do potencial de compra previsto para o Brasil neste ano (R$ 3,3 trilhões). No contexto estadual, entretanto, a Capital cearense lidera absoluta, com 43,4% do montante estimado para o Ceará em 2014, onde estão projetados gastos de R$ 97,7 bilhões. Mas fora Fortaleza, onde o consumo deverá se desenvolver mais no Estado? Aonde estarão as maiores oportunidades para o comércio, a indústria e os serviços?
Foi o que procurou responder o estudo divulgado pela consultoria IPC Marketing. Dos dez municípios cearenses com maior potencial para consumir em 2014, além da Capital (1ª colocação), quatro integram a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF): Caucaia (2ª), Maracanaú (4ª), Maranguape (8ª) e ainda Aquiraz (10ª). Juntos, os moradores dessas cidades deverão gastar R$ 7,9 bilhões com bens e serviços. Também estão entre as dez primeiras colocações: Juazeiro do Norte (3ª), Sobral (5ª), Iguatu (7ª) e Itapipoca (9ª).
Concentração de renda
O potencial de consumo dos dez municípios soma R$ 58,6 bilhões, o equivalente a 59,9% dos gastos projetados para o Estado, índice que denota uma grande concentração de renda.
Conforme explica o superintendente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Alex Araújo, a grande representatividade da RMF no ranking está relacionada, sobretudo, à instalação de indústrias nas últimas duas décadas. O fenômeno aumentou as oportunidades de emprego e atraiu inúmeros moradores do Interior para a região. “A partir da segunda metade dos anos 1990, começou um intenso movimento migratório para Fortaleza que acabou se estendendo para os municípios da região metropolitana. Antes, os trabalhadores buscavam as oportunidades no Sudeste do Brasil”, afirma.
O economista aponta outras cidades que terão mais expressividade na economia do Estado em curto prazo. Na RMF, ele destaca o potencial de Pacatuba (hoje na 13ª posição), Eusébio (18ª), Horizonte (19ª) e São Gonçalo do Amarante (31º).
“Acredito que São Gonçalo dará um grande salto nos próximos anos, principalmente, por causa dos novos investimentos no Porto do Pecém e da criação de um distrito industrial na cidade. Estamos falando de um potencial de crescimento explosivo”, declara Araújo, lembrando ainda da futura instalação do Polo Industrial do Eusébio.
No que diz respeito ao Interior, o superintendente da Fecomércio-CE chama a atenção para o poder econômico dos habitantes de cidades localizadas na região do Vale do Jaguaribe, como Russas (14ª colocada), Limoeiro do Norte (22ª), Morada Nova (25ª) e Jaguaribe (42ª).
Por outro lado, das 184 cidades cearenses, as dez últimas colocadas no ranking são: Granjeiro (184ª); Guaramiranga (183ª); Potiretama (182ª); General Sampaio (181ª); Baixio (180ª); Moraújo (179ª); Pacujá (178ª); Ererê (177ª); Tarrafas (176ª); e também Antonina do Norte (175ª). Conforme o estudo, em conjunto, a população dessas cidades desembolsará R$ 46,1 milhões neste ano, valor que representa apenas 0,47% do potencial de consumo estimado para o Ceará.